TTR In The Press
January 2023
Por que é esperado um aumento no volume de fusões e aquisições para PMEs/middle market no Brasil em 2023
Aumento da taxa de juros, saída de capital estrangeiro da B3, desistências de ofertas públicas iniciais, quedas dos múltiplos de receita e de EBITDA nos valuations.
Esses foram alguns dos sintomas de um cenário macroeconômico predominantemente pessimista para o mercado de fusões e aquisições em 2022.
O que empresas e investidores podem esperar do mercado de M&A em 2023?
Após um ano de 2021 intenso, com o índice Ibovespa alcançando 131.190 pontos e com a realização de 1.860 M&As no Brasil, segundo a Deloitte - Transactional Track Record (TTR), as pressões inflacionárias e o aumento da taxa de juros passaram a ser as principais variáveis que influenciaram o ritmo de M&As em 2022.
"Praticamente tudo o que estamos vendo acontecer nos mercados pode ser explicado como uma fuga do capital de risco” - disse no ano passado Aswath Damodaran, professor de finanças da Stern School of Business, explicando a razão do volume de capital transicionando para venture capital, IPOs (Oferta Pública Inicial, em tradução para o inglês) e emissões de dívida high-yield ter reduzido consideravelmente em 2022.
Embora com resultado inferior ao do ano anterior, 2022 foi o momento de correção de níveis de atividade insustentáveis.
Apesar da queda nas operações de fusões e aquisições, 2023 sugere uma recuperação após o momento de turbulência e pessimismo. O custo de capital caro pelo aumento da taxa de juros, tornando o lançamento de empresas em capital aberto mais oneroso, condiciona a realização de IPOs cada vez mais “filtrados”. Em cenários como esse, a opção para companhias nessa maturidade é a entrada no mercado de crédito como alternativa de financiamento. Os M&As também passam a ganhar mais relevância como estratégia de crescimento inorgânico.
Para pequenas e médias empresas o cenário também é positivo.
“Para o ano que vem [2023], embora não espere muitos ventos favoráveis, o fato de a taxa de juros no Brasil provavelmente começar a ser cortada a partir do meio do ano, e o fato de não termos eleições presidenciais gerando incertezas levarão a um aumento de dois dígitos na atividade de M&A – diria que um aumento de cerca de 15%” - Alexandre Pierantoni, chefe da área de finanças corporativas e M&A da Kroll.
É um cenário que proporciona diferentes estratégias de M&As para pequenas e médias empresas: horizontalização, verticalização, extensão de produto, de mercado e conglomerado.
“As altas taxas de juros são também uma oportunidade para o empresário garantir renda de longo prazo, realizando parte ou toda sua posição financeira na empresa e ingressando em ativos de menor risco. Empresas que já adquiriram determinada maturidade em sua indústria durante décadas, com a adequada sucessão, poderão expandir suas operações futuramente mediante a entrada de novos sócios em sua estrutura. Para isso, é importante alinhar interesses e expectativas no processo de M&A, escolhendo muito bem o perfil dos compradores, negociando a eventual continuidade dos fundadores e adotando estrutura de earn-out e formato de pagamento aderentes à venda” - salienta Luiz Rodrigo Nascimento, Analista de M&A da Kuarup Capital.
A sucessão de empresas vai além da remuneração e liquidez de um valuation transparente e alinhado, inclui o desejo de continuidade do legado da companhia pelos fundadores, a convergência de interesses entre compradores e vendedores e a sinergia entre as ambas partes.
Source: LinkedIn
